Nasci em uma família de médicos, minha mãe, pediatra cuidadosa, evitou que contraísse as famosas “doenças comuns da infância”; meu pai, Imunologista. Sou made in Japan por ter sido gerada no Japão, durante curso de pós-graduação do meu pai, criada na Zona Franca de Manaus. Antes de completar o 1º ano de idade, mudamos para os EUA, onde meu pai concluiu seu doutoramento sobre Imunidade para Malária, no início da década de 80: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7047391/ . Muito cedo, já frequentava o Laboratório de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Montana, e aos 3 anos eu já aplicava injeções em camundongos dos experimentos do meu pai. A pesquisa e ciência sempre fizeram parte da minha vida. Voltamos para o Brasil e meus pais continuaram pesquisas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde eu fazia os trabalhos escolares, por vezes fazia estágio nas férias em laboratórios como o de Micologia, por volta dos 10-11 anos de idade. Nessa época fiz curso de datilografia precocemente e datilografava todos os trabalhos escolares e os artigos científicos a serem publicados pelos meus pais. Desde então, os domingos eram tomadas pela ciência, ora caçando borboletas para trabalho de Biologia, ora trabalhos escolares.
Sempre soube que queria ser médica além das outras coisas … aeromoça, pianista, poetiza, cantora… Então segui meu pai nessa especialidade tão encantadora que é a Alergia e a Imunologia.
Entrei na Faculdade de Medicina aos 17 anos, no oitavo semestre do curso, já frequentava o Serviço de Alergia da UniRio, no Rio de Janeiro, com as pós-graduandas nesta área.
Gostava muito de apresentação científica em Eventos e Congressos, tendo organizado o Primeiro Ciclo de Palestras em Alergia, ainda no 5º ano da Faculdade.
A única vaga da Residência Médica da UNICAMP foi coroada com os estudos que antecederam a graduação em Medicina. Na UNICAMP também organizei por 2 anos seguidos, os Primeiros Ciclos de palestras em Alergia e Imunologia da Instituição.
A seguir veio o convite para seguir a carreira acadêmica na UNICAMP, mas preferi voltar a Brasília e trabalhar com meu pai na Clínica, e cuidar dos pacientes com um olhar diferenciado, integral, iniciado em 2004. Também atuei no Hospital Regional da Asa Norte e no Hospital de Base do Distrito Federal.
Continuei me aperfeiçoando e terminei meu doutoramento em 2011, tendo avaliado a Deficiência de Lectina Ligadora de Manose (MBL) no Brasil (J Immunogenet 2012 Feb;39(1):32-8.doi: 10.1111/j.1744-313X.2011.01052.x.Epub 2011 Oct 29)
Entre 2016-2018 retornei à docência, como professora do Curso de Medicina da Universidade do Planalto Central – UNICEUB, algo que me completava.
Atualmente atuo integralmente na Clínica Ferraroni.
Nestes 21 anos de assistência aos pacientes do Centro-Oeste, além de outros estados como Maranhão, Mato Grosso e Pará, tive a oportunidade de trabalhar em Hospitais Públicos, onde vi de perto a necessidade da população de profissionais qualificados e que gostam de desafios. Para me dedicar a estes pacientes por completo, optei por concentrar minhas atividades na Clínica Ferraroni, em parceria com meu pai.
Em março de 2021, na Pandemia do COVID-19, meu pai se aposentou, aos 75 anos de idade. Nós trabalhamos juntos por 16 anos.
Neste percurso, percebi que precisava devolver ao Universo tudo de bom que tenho recebido, não apenas com a avaliação e acompanhamento dos pacientes com doenças Alérgicas e Imunológicas, mas também pensei que todos, inclusive eu, pudéssemos doar algo, como sangue e, principalmente medula óssea. Assim, iniciei o caminho da busca e conquista de mais um sonho: que todos sejam doares de medula óssea, através do qual possamos dar uma segunda chance de vida a outro ser humano igual a nós. Eu sou doadora, e você?
Obrigada por ouvir minha história, Com carinho, Natasha Ferraroni.